I miss you, love.
18.11.09
A Força
Descobri que habita em mim uma força. Uma força que me faz ser capaz de tudo, ao invés do que às vezes dou por mim a pensar. Amanhã vou ser forte, vou conseguir fazer tudo aquilo a que me propus, e depois de amanhã, e daqui a dois dias também. Sempre.
Oh, tenho saudades de ti, ó mar. Consigo alcançar tudo!
12.11.09
viver sempre cansa.
Não sei o que me está a acontecer. É como se o mundo fosse toda uma bola de massa cinzenta indistinta, que não me presta a mínima atenção, e eu uma figura sozinha no meio de toda a minha própria incompreensão e perplexidade. O cinzento está a voltar, em passadas largas, e está a crescer em mim uma tão grande sonolência de viver que não consigo impedir a sua vinda.
As pessoas que outrora estavam comigo, que riam comigo, estão lentamente, dentro da minha cabeça, a juntar-se à massa indistinta e eu, na minha irritante e perversa passividade, não estou a conseguir fazer nada para as deter. É como se eu estivesse a viver a vida de outra pessoa, mas tão alheia à minha própria realidade que não consigo distinguir-me da paisagem circundante. Os meus pensamentos são turvos, e até tu, que costumavas ser o meu espectro da salvação, se me afiguras indefinido. Porém, de entre todas as imagens indistintas, és aquela que mais quero recordar. Preciso de ti para me lembrar de quem sou, porque já nada me resta senão a esperança de encontrar o teu refulgente azul uma vez mais. Meu amor, por favor, não me deixes tu também.
Faz muito frio dentro de mim e eu já não me reconheço. Acho que estou apenas cansada. Todos os meus sonhos estão congelados dentro de uma caixa que eu não consigo alcançar e todas as minhas esperanças brotam de dentro da minha pele como um pedido de socorro. Se não estiveres aí, sei que o mundo vai ruir, e os destroços vão ser tão evidentes que não haverá nunca possibilidade de reconstrução.
As pessoas que outrora estavam comigo, que riam comigo, estão lentamente, dentro da minha cabeça, a juntar-se à massa indistinta e eu, na minha irritante e perversa passividade, não estou a conseguir fazer nada para as deter. É como se eu estivesse a viver a vida de outra pessoa, mas tão alheia à minha própria realidade que não consigo distinguir-me da paisagem circundante. Os meus pensamentos são turvos, e até tu, que costumavas ser o meu espectro da salvação, se me afiguras indefinido. Porém, de entre todas as imagens indistintas, és aquela que mais quero recordar. Preciso de ti para me lembrar de quem sou, porque já nada me resta senão a esperança de encontrar o teu refulgente azul uma vez mais. Meu amor, por favor, não me deixes tu também.
Faz muito frio dentro de mim e eu já não me reconheço. Acho que estou apenas cansada. Todos os meus sonhos estão congelados dentro de uma caixa que eu não consigo alcançar e todas as minhas esperanças brotam de dentro da minha pele como um pedido de socorro. Se não estiveres aí, sei que o mundo vai ruir, e os destroços vão ser tão evidentes que não haverá nunca possibilidade de reconstrução.
7.11.09
reflexão bizarra I
O que há na carteira de uma pessoa feliz?
Fotografias sorridentes, talvez pequenos bilhetes escritos à mão entre as moedas, talvez, até, pequenas cartas de amor dobradas e amachucadas entre os cartões multibanco.
Dezenas de bilhetes de cinema guardados num bolso especial, um convite de um amigo, conchas encontradas à beira-mar.
Caixas de pastilhas elásticas vazias, papéis que outrora embrulharam chocolates com recheio de avelãs inteiras, talvez chupa-chupas vermelhos em forma de coração.
Talvez, até, não encontremos nada disto na carteira de alguém feliz.
Talvez encontremos muito mais coisas.
Talvez encontremos objectos bizarros.
Talvez só algumas moedas.
Talvez.
Fotografias sorridentes, talvez pequenos bilhetes escritos à mão entre as moedas, talvez, até, pequenas cartas de amor dobradas e amachucadas entre os cartões multibanco.
Dezenas de bilhetes de cinema guardados num bolso especial, um convite de um amigo, conchas encontradas à beira-mar.
Caixas de pastilhas elásticas vazias, papéis que outrora embrulharam chocolates com recheio de avelãs inteiras, talvez chupa-chupas vermelhos em forma de coração.
Talvez, até, não encontremos nada disto na carteira de alguém feliz.
Talvez encontremos muito mais coisas.
Talvez encontremos objectos bizarros.
Talvez só algumas moedas.
Talvez.
23.10.09
Contemplo
Quando me habituo à normalidade de não te ter comigo, eis que surges e apareces para mim, qual espectro encantador. Consigo quase distinguir a tua forma em frente da minha, os teus olhos pousados em mim, e eu pasmo nessa doce contemplação. E, então, é como se não existisse mundo lá fora, é como se fosse só eu e a tua imagem reflectida, é como se só existíssemos nós.
Mas, depois, desapareces subitamente e eu fico novamente só, tão só, sem ti. Daqui só consigo depreender que és vida. Respiro-te, mesmo longe, e vou desistir de tentar tocar-te, porque sei que me sentes, de alguma maneira.
Hei-de alcançar-te.
Mas, depois, desapareces subitamente e eu fico novamente só, tão só, sem ti. Daqui só consigo depreender que és vida. Respiro-te, mesmo longe, e vou desistir de tentar tocar-te, porque sei que me sentes, de alguma maneira.
Hei-de alcançar-te.
11.10.09
Sono Leve
O tédio foi-se desvanecendo. Eu quase deixei de sentir. Estou agora num estado semi-hipnótico, quase que não sinto nada. Lembro-me mais de ti do que gostaria, e sinto-te - deveras - debaixo da minha pele, como acontece sempre. Mas estou num estado em que não me é permitido pensar demasiado. Pensar demais dói demais. Fui criando sistemas de retenção de pensamentos. Os pensamentos, hoje, não fluíram muito, apenas se mantiveram num estado primitivo. Deveria ser sempre assim, penso eu. Porém, sei que isso não vai acontecer. Não sou tão superficial assim. Aliás, hoje, quase não me reconheço. E é bom. É bom não me reconhecer; é bom não pensar demais, é bom não me doer cada dia da tua ausência constante.
Amanhã, vou sentir a tua falta, quando regressar ao mar de gente que abomino apenas porque tu nunca te encontras nele. E vou querer que regresses, desesperadamente. E vou afundar-me novamente. E o meu coração vai adormecer por mais umas horas, quando me aperceber de que não virás.
Recordo agora o último bater do meu coração desnorteado: foi quando te vi caminhar para longe de mim, quando deixei - estupidamente - que partisses.
Amanhã, vou sentir a tua falta, quando regressar ao mar de gente que abomino apenas porque tu nunca te encontras nele. E vou querer que regresses, desesperadamente. E vou afundar-me novamente. E o meu coração vai adormecer por mais umas horas, quando me aperceber de que não virás.
Recordo agora o último bater do meu coração desnorteado: foi quando te vi caminhar para longe de mim, quando deixei - estupidamente - que partisses.
9.10.09
Hey there...
A thousand miles seems pretty far,
But they've got planes and trains and cars,
I'd walk to you if I had no other way.
Our friends would all make fun of us,
And we'll just laugh along
Because we know that none of them have felt this way.
But they've got planes and trains and cars,
I'd walk to you if I had no other way.
Our friends would all make fun of us,
And we'll just laugh along
Because we know that none of them have felt this way.
7.10.09
O Sonho
Felizes das pessoas que ainda vivem um mundo cor-de-rosa. Infelizes! Porque se desiludirão. Mas, mais infelizes daqueles que vivem, são aqueles que sonham com ele - como eu -, porque ainda estão à espera que ele chegue, e só podem fazê-lo mantendo a esperança.
Mas não sou tão infeliz.
Ou menos, não perdi a capacidade de sonhar, ainda. Porque o sonho é o que faz com que eu esteja ainda viva.
Mas não sou tão infeliz.
Ou menos, não perdi a capacidade de sonhar, ainda. Porque o sonho é o que faz com que eu esteja ainda viva.
5.10.09
Dia Cinzento
Os dias cinzentos dão cabo de mim. É como se cada suspiro me matasse aos poucos. E não há dia em que eu mais suspire que num dia cinzento. Hoje foi um dia cinzento. Um chato, desgastante, entediante e fastidioso Dia Cinzento. Acordei, como quase sempre, pensando em ti. Mal acordei, lembrei-me de ti. Depois, à medida que a manhã foi correndo, morri por um abraço teu, que - desesperadamente - sabia que não iria chegar. Não hoje, não amanhã, talvez - talvez - um dia. E as pessoas falavam muito, falavam muito intensamente, mas eu, eu, só soube responder com pequenos grunhidos, meias-frases e gritos desnorteados. Podia ter-me assustado, mas não. Porque já me vou conhecendo. Estou a mudar, estou a crescer, e estes dias vão sempre sendo maiores, vão sempre sendo difíceis, mas eu já começo a conseguir lidar com eles. Não de uma maneira muito pacífica, mas vou conseguindo, vou vivendo. Amanhã, tenho de lutar comigo mesma. Talvez não consiga evitar o pensamento mau pela manhã, mas vou desde logo - seguramente - encetar a luta. Porque eu não sou uma pessoa cinzenta. Triste, sim, em alguns momentos, mas não deprimida. Não posso deixar-me cair. Eu quero ser contente, quero ser feliz. Quero ser feliz, só por mais um bocadinho. E também quero um abraço.
4.10.09
amo
O amor que tenho em mim neste momento dava para distribuir por dez batalhões e, ainda que me não seja possível vivê-lo com aquele que amo, neste momento - ou, até, talvez para sempre -, a mim, tem-me bastado o saber-me capaz de amar. Amo uma única pessoa, há mais tempo do que aquele que consigo contar, e não consigo imaginar-me amando outro, não consigo conceber, na minha cabeça, amor maior que este que sinto em mim. E vou amando, assim, enterrando memórias e desejos no sítio mais profundo que consigo encontrar em mim, para não enlouquecer. Amo, logo existo. E amo-te. E quem me dera poder dizê-lo, cantando, a toda a gente. Queria poder sussurrar o teu nome na escuridão, ao teu ouvido. Queria fazer parar este desassossego que me habita. Porém, sei que, se tentasse, sequer, fazer com que saísses debaixo da minha pele, se tentasse excluir-te das minhas entranhas, enlouqueceria muito mais. Porque, agora, já não me sinto mais louca. Agora, sinto-me real, e sinto-te distante. E sinto as minhas faces vermelhas, as minhas mãos escaldantes, e o meu coração azul. Porque te amo.
27.9.09
euphoria
O meu sangue estava ontem mais quente.
As minhas faces latejavam, vermelho-vivo, com o teu calor.
Não me consegui erguer, ao fim de várias tentativas, mas mantive-te sempre em mim,
Sempre.
Então, deixei-me cair, prostrada, murmurando frases sem sentido,
Que eles ouviram, e não julgaram porque pensaram entender.
Meu amor,
Amo-te hoje mais do que ontem, e agora mais do que há cinco minutos atrás.
As minhas faces latejavam, vermelho-vivo, com o teu calor.
Não me consegui erguer, ao fim de várias tentativas, mas mantive-te sempre em mim,
Sempre.
Então, deixei-me cair, prostrada, murmurando frases sem sentido,
Que eles ouviram, e não julgaram porque pensaram entender.
Meu amor,
Amo-te hoje mais do que ontem, e agora mais do que há cinco minutos atrás.
18.9.09
murmúrios, silêncio.
Que nuvens são estas - estas, que vieram de tão longe?
Bem tento ignorá-las, mas o peso destes dias não me ajuda.
Tento imaginar-te, aí, longe,
Mas tudo o que vejo são lágrimas.
Tudo o que ouço são murmúrios que tentam reproduzir a tua voz - em vão.
Bem tento ignorá-las, mas o peso destes dias não me ajuda.
Tento imaginar-te, aí, longe,
Mas tudo o que vejo são lágrimas.
Tudo o que ouço são murmúrios que tentam reproduzir a tua voz - em vão.
9.9.09
8.9.09
Tim, O Livro.
http://timthebook.blogspot.com
estou a trabalhar num novo projecto, e criei este espaço para publicar algumas coisas relativas a isso, a ver se arranjo mais inspiração. :)
publiquei agora mesmo aquilo que penso que será o primeiro capítulo :)
estou a trabalhar num novo projecto, e criei este espaço para publicar algumas coisas relativas a isso, a ver se arranjo mais inspiração. :)
publiquei agora mesmo aquilo que penso que será o primeiro capítulo :)
28.8.09
20.8.09
hum, rabiscado à pressa...
Que fatalidade esta - tudo passa!
Tudo o que acontece, esmorece.
As nossas acções passadas são sombras que acompanham os vultos que por nós passaram,
Que nós, porventura, amámos.
Tudo o que se enceta tem, necessariamente, de findar?
(ainda me estou a descobrir - nem acredito, acho que estou prestes a sair do meu bloqueio prosaico, YAY.)
Tudo o que acontece, esmorece.
As nossas acções passadas são sombras que acompanham os vultos que por nós passaram,
Que nós, porventura, amámos.
Tudo o que se enceta tem, necessariamente, de findar?
(ainda me estou a descobrir - nem acredito, acho que estou prestes a sair do meu bloqueio prosaico, YAY.)
16.8.09
Sol da manhã
Porque não podes tu dizer-me tudo aquilo que te vai na alma,
Porque não posso eu contar-te tudo aquilo em que acredito,
Porque não podemos os dois ser verdadeiros,
Porque não consigo eu mostrar-te a verdade, a verdade inteira,
Porque não podes tu abrir-te para mim, como outrora,
Porque não posso eu dizer-te tudo tudo, como desejo.
É que eu, quero ser-te tudo,
Quero ser tudo,
Quero poder olhar-te nos olhos quando quiser,
Quando desejar - sempre.
Ah, quero acordar de manhã e ver a tua cara resplandecer, sobre a minha, com o sol da manhã.
Porque não posso eu contar-te tudo aquilo em que acredito,
Porque não podemos os dois ser verdadeiros,
Porque não consigo eu mostrar-te a verdade, a verdade inteira,
Porque não podes tu abrir-te para mim, como outrora,
Porque não posso eu dizer-te tudo tudo, como desejo.
É que eu, quero ser-te tudo,
Quero ser tudo,
Quero poder olhar-te nos olhos quando quiser,
Quando desejar - sempre.
Ah, quero acordar de manhã e ver a tua cara resplandecer, sobre a minha, com o sol da manhã.
15.8.09
14.8.09
Cidade do Açúcar
Meu amor,
Meu amor
Meu amor
Meu amor
Meu amor
Meu amor
Meu amor
Meu amor - obrigada.
Neste preciso momento, porque me falaste,
O céu, azul, tornou-se mais açucarado.
O sol brilha mais, lá em cima, mas o calor que dele emana não existe para mim.
Porque, agora, tu voltaste, por cinco minutos,
Deixaste a minha pele em brasa, e o meu coração voltou a bater.
Afinal, estou viva. Estou viva, estou viva.
Enquanto te amar, sei que me manterei viva.
Viverei para sempre, neste mar de açúcar, nesta doçura tremenda,
Que, sendo tão intensa, me sabe a tão pouco.
E vou caminhando, assim, inebriada pelo teu fulgor,
Sedenta de mais, de mais, de mais. Açúcar.
Meu amor
Meu amor
Meu amor
Meu amor
Meu amor
Meu amor
Meu amor - obrigada.
Neste preciso momento, porque me falaste,
O céu, azul, tornou-se mais açucarado.
O sol brilha mais, lá em cima, mas o calor que dele emana não existe para mim.
Porque, agora, tu voltaste, por cinco minutos,
Deixaste a minha pele em brasa, e o meu coração voltou a bater.
Afinal, estou viva. Estou viva, estou viva.
Enquanto te amar, sei que me manterei viva.
Viverei para sempre, neste mar de açúcar, nesta doçura tremenda,
Que, sendo tão intensa, me sabe a tão pouco.
E vou caminhando, assim, inebriada pelo teu fulgor,
Sedenta de mais, de mais, de mais. Açúcar.
5.8.09
Trinta segundos
Este calor, que dá cabo de mim aos poucos,
Infiltra-se por todo o meu corpo,
Desce primeiro pela garganta, aquece o meu débil coração,
Faz-me soltar gargalhadas que imaginava impossíveis, há momentos atrás,
Faz-me querer cometer uma loucura, faz-me desejar-te cada vez mais,
Porque de ti, ainda estou consciente,
De ti, ainda me lembro.
Não haverá mais ninguém aqui, para além de mim? Não, sinto-me só; maravilhosamente só.
Mas, oh, há mais alguém! Toda a gente está mesmo ao pé de mim,
E eu consigo ouvir os ecos da minha voz aparvalhada, balbuciando coisas sem sentido.
E todos se riem de mim, e riem-se todos das reacções de cada um.
Oh, e dizia ele que cometeríamos uma loucura! Não, isto sim é uma loucura, um Desvario.
Esta ardência que sinto no meu peito, é a melhor sensação em muitos dias;
Se fosse um pouco maior, se ardesse ainda com mais fervor, talvez eu conseguisse até não me lembrar de ti.
Ou talvez seja uma tarefa irrealizável - talvez eu não consiga simplesmente esquecer-me.
Porque de ti, ainda estou consciente,
De ti, ainda me lembro.
E eu estou aqui, sem ti - contigo -, enquanto o meu peito arde incessantemente,
Por entre risos, e cambaleios, e loucuras sós.
Ah, e eles estão lá à frente, rindo-se comigo,
Sem imaginarem que é de ti que tento esquecer-me.
É a ti que quero esquecer - mas só por trinta segundos.
Infiltra-se por todo o meu corpo,
Desce primeiro pela garganta, aquece o meu débil coração,
Faz-me soltar gargalhadas que imaginava impossíveis, há momentos atrás,
Faz-me querer cometer uma loucura, faz-me desejar-te cada vez mais,
Porque de ti, ainda estou consciente,
De ti, ainda me lembro.
Não haverá mais ninguém aqui, para além de mim? Não, sinto-me só; maravilhosamente só.
Mas, oh, há mais alguém! Toda a gente está mesmo ao pé de mim,
E eu consigo ouvir os ecos da minha voz aparvalhada, balbuciando coisas sem sentido.
E todos se riem de mim, e riem-se todos das reacções de cada um.
Oh, e dizia ele que cometeríamos uma loucura! Não, isto sim é uma loucura, um Desvario.
Esta ardência que sinto no meu peito, é a melhor sensação em muitos dias;
Se fosse um pouco maior, se ardesse ainda com mais fervor, talvez eu conseguisse até não me lembrar de ti.
Ou talvez seja uma tarefa irrealizável - talvez eu não consiga simplesmente esquecer-me.
Porque de ti, ainda estou consciente,
De ti, ainda me lembro.
E eu estou aqui, sem ti - contigo -, enquanto o meu peito arde incessantemente,
Por entre risos, e cambaleios, e loucuras sós.
Ah, e eles estão lá à frente, rindo-se comigo,
Sem imaginarem que é de ti que tento esquecer-me.
É a ti que quero esquecer - mas só por trinta segundos.
3.8.09
Lista - 'O que me faz feliz?'
Aqui está um desafio. Deveria enumerar 10 coisas que me fazem feliz, mas não consegui e acrescentei mais uns pontos. Aconselho toda a gente a fazer a sua e a colocá-la num local bem visível, no quarto, ou na sala, ou na cozinha, ou ainda pela casa toda ;) Assim, teremos mais vontade de a pôr em prática!
O que me faz feliz?
1. ESCREVER É felicidade no seu estado mais puro. É a minha paixão mais antiga, quase desde que aprendi a juntar palavras que tenho esta vontade de expressar tudo através de palavras, que é o que de mais bonito a humanidade tem - as palavras. São lindas.
2. LER um livro - bom, bonito, ou ambos - esparramada na cama ou com a cabeça ao sol. É dos maiores prazeres que tenho na vida, senão o maior.
3. AMOR Tem muitas formas e pode ser expresso das formas mais pequeninas. É extasiante aquilo que um beijinho, um abraço apertado, uma carta ou um simples sms pode fazer em mim. O Amor é a grande força da vida. Família. Amigos. São tudo formas de amor, e não saberia viver sem ele(s).
4. MÚSICA É muito a minha vida. Adoro saber as letras, cantar sozinha em casa, pensar que foram escritas para mim, para integrar a banda sonora da minha existência.
5. CHOCOLATE/ GELADO / CHEESECAKE DE MORANGO Vícios quase pontuais. Resisto só quando tem mesmo de ser.
6. TOMAR BANHO Adoro, adoro. Relaxante, é um momento só meu.
7. VIAJAR É sentir-me em harmonia comigo mesma e com os outros, com o Mundo inteiro.
8. ANIMAIS Cães, gatos. Demonstração de diversas formas de amor. São a coisa mais ternurenta que existe à face da Terra! ^^.
9. COR. Adoro muitas cores, todas juntas.
10. PRAIA O mar, a areia, o horizonte, a simples paisagem. A praia é o lugar onde, mais facilmente, me encontro a mim mesma - dá que pensar. É magia. É vida.
11. ARRANJAR-ME Comprar roupa. Pentear o cabelo. Aplicar um pouco de maquilhagem, para sair. Calçar uns sapatos novos. Verão. Cores. Cremes. Perfume. Arranjar-me acalma o meu estado de espírito, e o meu coração.
12. ADMIRAR Admirar o talento alheio é uma das coisas em que sou realmente boa. Faz-me voar, descobrir novas formas de apreciar. GOSTAR. Admiro realmente pouca gente, mas é tão bom gostar!
2. LER um livro - bom, bonito, ou ambos - esparramada na cama ou com a cabeça ao sol. É dos maiores prazeres que tenho na vida, senão o maior.
3. AMOR Tem muitas formas e pode ser expresso das formas mais pequeninas. É extasiante aquilo que um beijinho, um abraço apertado, uma carta ou um simples sms pode fazer em mim. O Amor é a grande força da vida. Família. Amigos. São tudo formas de amor, e não saberia viver sem ele(s).
4. MÚSICA É muito a minha vida. Adoro saber as letras, cantar sozinha em casa, pensar que foram escritas para mim, para integrar a banda sonora da minha existência.
5. CHOCOLATE/ GELADO / CHEESECAKE DE MORANGO Vícios quase pontuais. Resisto só quando tem mesmo de ser.
6. TOMAR BANHO Adoro, adoro. Relaxante, é um momento só meu.
7. VIAJAR É sentir-me em harmonia comigo mesma e com os outros, com o Mundo inteiro.
8. ANIMAIS Cães, gatos. Demonstração de diversas formas de amor. São a coisa mais ternurenta que existe à face da Terra! ^^.
9. COR. Adoro muitas cores, todas juntas.
10. PRAIA O mar, a areia, o horizonte, a simples paisagem. A praia é o lugar onde, mais facilmente, me encontro a mim mesma - dá que pensar. É magia. É vida.
11. ARRANJAR-ME Comprar roupa. Pentear o cabelo. Aplicar um pouco de maquilhagem, para sair. Calçar uns sapatos novos. Verão. Cores. Cremes. Perfume. Arranjar-me acalma o meu estado de espírito, e o meu coração.
12. ADMIRAR Admirar o talento alheio é uma das coisas em que sou realmente boa. Faz-me voar, descobrir novas formas de apreciar. GOSTAR. Admiro realmente pouca gente, mas é tão bom gostar!
FIM.
A ordem não tem a ver com as minhas preferências. Não conseguiria ordená-las. Simplesmente, foram estas as coisas que me vieram à cabeça, e surgiram-me assim, por esta ordem :)
- Façam as vossas listas!
2.8.09
pedaços de algodão?
Acordei num sobressalto, esta manhã.
Estava ainda rodeada de nuvens fofas,
Enrodilhada em sensações boas...
Mas, de repente, puff, a desilusão.
Era um sonho, um sonho que terminou
Anda, acorda, já é dia!
O teu quarto permanece escuro,
Mas o sol já nasceu por entre as tuas persianas.
Não, não estás diferente,
Porque ele, afinal, não o disse,
Não o disse, apesar de poder pensá-lo.
Oh, eu já não sei o que pensa ele,
Nos seus momentos de solidão ininterrupta,
Mas desejaria que fosse eu, toda eu, só eu
A pairar-lhe como pedaços de algodão sob o cabelo.
Estava ainda rodeada de nuvens fofas,
Enrodilhada em sensações boas...
Mas, de repente, puff, a desilusão.
Era um sonho, um sonho que terminou
Anda, acorda, já é dia!
O teu quarto permanece escuro,
Mas o sol já nasceu por entre as tuas persianas.
Não, não estás diferente,
Porque ele, afinal, não o disse,
Não o disse, apesar de poder pensá-lo.
Oh, eu já não sei o que pensa ele,
Nos seus momentos de solidão ininterrupta,
Mas desejaria que fosse eu, toda eu, só eu
A pairar-lhe como pedaços de algodão sob o cabelo.
27.7.09
amanhã , amanhã , amanhã
Aqui estou eu, mais uma vez, a adiar o meu futuro.
A adiar as coisas para um Amanhã que vou arquitectando,
Mas que nunca chega.
Um amanhã que planeio meticulosamente,
Que vou sonhando ardentemente,
Um amanhã para sempre adiado e nunca feliz.
Seria mais fácil se colaborasses nas minhas fantasias débeis,
Se desses conta de ti,
Se aparecesses para mim mais vezes ou,
Pelo menos, uma vez mais, na tua totalidade.
Mas assim, tão apagado, tão melancólico, não te imagino em lugar algum.
Vem para mim, meu amor, e deixa-me apagar-te as lágrimas outra vez,
A ti, que já lhes sentiste o sabor mil vezes.
Tento distanciar-me também, como outrora fiz, mas já não consigo.
O sal invade-me os olhos de novo, antes de adormecer,
E acordo de manhã com as roupas desmanchadas, o coração adiado,
Outra vez.
A adiar as coisas para um Amanhã que vou arquitectando,
Mas que nunca chega.
Um amanhã que planeio meticulosamente,
Que vou sonhando ardentemente,
Um amanhã para sempre adiado e nunca feliz.
Seria mais fácil se colaborasses nas minhas fantasias débeis,
Se desses conta de ti,
Se aparecesses para mim mais vezes ou,
Pelo menos, uma vez mais, na tua totalidade.
Mas assim, tão apagado, tão melancólico, não te imagino em lugar algum.
Vem para mim, meu amor, e deixa-me apagar-te as lágrimas outra vez,
A ti, que já lhes sentiste o sabor mil vezes.
Tento distanciar-me também, como outrora fiz, mas já não consigo.
O sal invade-me os olhos de novo, antes de adormecer,
E acordo de manhã com as roupas desmanchadas, o coração adiado,
Outra vez.
23.7.09
anjo mau
Hoje tive um sonho caricato.
Um sonho mau, mas não tão um pesadelo.
No entanto, estou convicta que não teria sido assim tão mau,
Se não tivesse de ser confrontada com a realidade logo em seguida.
Na verdade, teria sido um sonho bom se tivesse sido acordada por ti.
Porque é que não me acordas, porque é que não me arrancas do meu sono perturbado?
Apareces no meu sono com formas difusas, que eu não consigo destrinçar,
Que eu não consigo alcançar.
E, por fim, quando acordo, já é tarde demais.
Sei que é tarde demais, porque o teu fantasma já se esvaiu, e nada mais de ti resta em mim.
Tu nunca apareceste em nenhum sonho bom.
20.7.09
Cartões de parabéns e fotografias
Olá meu amor.
Sabes quem eu sou?
Sou aquela que costumava admirar-te na clandestinidade.
Aquela que te viu crescer em fotografias.
Aquela que nunca testemunhou o teu sorriso caloroso.
Sou quem gostou sempre sempre sempre do teu brilho,
A autora anónima dos cartões de parabéns que chegavam todos os anos,
Aqueles que mereciam a tua perplexidade, a tua ignorância.
Sou a única pessoa que nunca irá merecer o teu perdão,
E a única que to implora, de todas as maneiras.
Adeus meu amor.
Peço-te apenas para pensares, de novo, nas minhas palavras.
Peço-te que as meças e que as rejeites no fim.
No fim, eu já não vou cá estar.
No fim, serás só tu, com o teu perdão por ti engolido.
Sabes quem eu sou?
Sou aquela que costumava admirar-te na clandestinidade.
Aquela que te viu crescer em fotografias.
Aquela que nunca testemunhou o teu sorriso caloroso.
Sou quem gostou sempre sempre sempre do teu brilho,
A autora anónima dos cartões de parabéns que chegavam todos os anos,
Aqueles que mereciam a tua perplexidade, a tua ignorância.
Sou a única pessoa que nunca irá merecer o teu perdão,
E a única que to implora, de todas as maneiras.
Adeus meu amor.
Peço-te apenas para pensares, de novo, nas minhas palavras.
Peço-te que as meças e que as rejeites no fim.
No fim, eu já não vou cá estar.
No fim, serás só tu, com o teu perdão por ti engolido.
17.7.09
Primeiro
Tenho um segredo:
Eu estava a olhar para ti primeiro,
Se pudesses conhecer-me, saberias.
Se pudesses olhar nos meus olhos todos os dias,
Se pudesses agarrar-me na mão perante o meu pavor,
Se eu conseguisse alcançar-te, uma vez mais.
Saberias.
Um dia, quando as muralhas caírem,
Se o nosso horizonte for o mesmo,
Saberás.
Eu estava a olhar para ti primeiro.
Eu estava a olhar para ti primeiro,
Se pudesses conhecer-me, saberias.
Se pudesses olhar nos meus olhos todos os dias,
Se pudesses agarrar-me na mão perante o meu pavor,
Se eu conseguisse alcançar-te, uma vez mais.
Saberias.
Um dia, quando as muralhas caírem,
Se o nosso horizonte for o mesmo,
Saberás.
Eu estava a olhar para ti primeiro.
R.
16.7.09
memórias
Há poucas coisas que ficam na memória,
Mas eu consigo lembrar-me de quase tudo.
Sou testemunha do mal que fiz, e ídolo de toda uma geração por crescer.
Ninguém sabe quem eu sou, ou de onde vim.
Ninguém sabe o meu nome, ninguém sabe soletrar o nome dela,
Mas eu sei.
Tenho dois segredos brilhantes como tesouros,
E um rubi enterrado no peito dela.
Sou um usurpador de corações,
Mas não consigo compreender nenhum deles,
Não sei quem os inventou.
Deus deixou para nós os seus mistérios,
O inconcebível, tudo aquilo que nós não podemos imaginar.
E eu, com a minha triste fé, a minha incapacidade de acreditar,
Nunca gostei dele.
Meu deus, sou eu.
Sou eu, e mais ninguém
E ela, ali, com a sua chávena de café forte,
Pensa que possui alguma coisa, quando não tem nada, absolutamente nada.
Mas eu consigo lembrar-me de quase tudo.
Sou testemunha do mal que fiz, e ídolo de toda uma geração por crescer.
Ninguém sabe quem eu sou, ou de onde vim.
Ninguém sabe o meu nome, ninguém sabe soletrar o nome dela,
Mas eu sei.
Tenho dois segredos brilhantes como tesouros,
E um rubi enterrado no peito dela.
Sou um usurpador de corações,
Mas não consigo compreender nenhum deles,
Não sei quem os inventou.
Deus deixou para nós os seus mistérios,
O inconcebível, tudo aquilo que nós não podemos imaginar.
E eu, com a minha triste fé, a minha incapacidade de acreditar,
Nunca gostei dele.
Meu deus, sou eu.
Sou eu, e mais ninguém
E ela, ali, com a sua chávena de café forte,
Pensa que possui alguma coisa, quando não tem nada, absolutamente nada.
R.
13.7.09
strawberry cheesecake.
Hum, é bom estar na praia, só de estar,
Só a olhar o mar,
A remexer a areia seca, vezes e vezes sem conta,
Adormecer ao som da maré que vaza.
É bom correr atrás do Homem Das Bolas-de-Berlim,
E ver reconhecimento no seu rosto suado,
"Olha, olha as raparigas que correm atrás de mim."
É bom vê-lo baixar-se para apanhar a moeda que deixei cair na areia, perante o meu sorriso constrangido.
É bom rir com os lábios cheios de açúcar,
É bom ler uma Visão amachucada pelo vento, salgada pelo ar húmido.
É bom voltar para casa, as pernas morenas de sal e de mar,
O vestido emaranhado num corpo novo, que descobri hoje.
É bom sair para uma noite em brasa, escurecida,
Mas abrilhantada por uma majestosa Lua-Cheia;
Passear na Marina, sentir a maresia e os carros lá estacionados,
Chegar à Haagen-Dazs, "Stawberry Cheesecake com topping de chocolate negro.";
Cantar Cinderela num karaoke repleto de ingleses de olhos azuis.
Só a olhar o mar,
A remexer a areia seca, vezes e vezes sem conta,
Adormecer ao som da maré que vaza.
É bom correr atrás do Homem Das Bolas-de-Berlim,
E ver reconhecimento no seu rosto suado,
"Olha, olha as raparigas que correm atrás de mim."
É bom vê-lo baixar-se para apanhar a moeda que deixei cair na areia, perante o meu sorriso constrangido.
É bom rir com os lábios cheios de açúcar,
É bom ler uma Visão amachucada pelo vento, salgada pelo ar húmido.
É bom voltar para casa, as pernas morenas de sal e de mar,
O vestido emaranhado num corpo novo, que descobri hoje.
É bom sair para uma noite em brasa, escurecida,
Mas abrilhantada por uma majestosa Lua-Cheia;
Passear na Marina, sentir a maresia e os carros lá estacionados,
Chegar à Haagen-Dazs, "Stawberry Cheesecake com topping de chocolate negro.";
Cantar Cinderela num karaoke repleto de ingleses de olhos azuis.
29.6.09
cinzas
O dia adivinhava-se cinzento, e assim foi.
As nuvens ameaçadoras não abalaram, porém, o meu estado de alma,
Que está hoje muito calmo, duma subtileza impressionante.
Mas, então, eis que surge alguém que eu pressenti que iria encontrar, mas que não queria encontrar, que não esperava encontrar.
Ah, és-me quase nada, e eu não gosto de ti.
Eu não gosto de ti, não.
O que acontece quando se dá de caras com uma previsão?
Uma previsão absurda, que não irá levar a lado algum.
Oh, farias mais sentido para mim se fumasses uma caixa de Marlboro Light todos os dias,
Se te misturasses com toda a gente no meio da multidão,
Se fosses fácil de encontrar à noite, num bar conhecido, a abarrotar de gente,
Um bar onde já te procurei numa noite, sem sucesso,
Naquela noite em que eu ainda pensava que te queria.
Farias mais sentido para mim se todas as peças da tua alma concordassem entre si,
Se estivessem mais encaixadas umas nas outras.
Mas tu és apenas um conjunto de fragmentos soltos;
Um enganador.
Tens um corpo proporcional, quase-perfeito,
Mas não sabes sentir, e não sabes mentir-me.
Não me és nada e eu não te quero,
Já não te quero,
Porque só te tive uma vez.
As nuvens ameaçadoras não abalaram, porém, o meu estado de alma,
Que está hoje muito calmo, duma subtileza impressionante.
Mas, então, eis que surge alguém que eu pressenti que iria encontrar, mas que não queria encontrar, que não esperava encontrar.
Ah, és-me quase nada, e eu não gosto de ti.
Eu não gosto de ti, não.
O que acontece quando se dá de caras com uma previsão?
Uma previsão absurda, que não irá levar a lado algum.
Oh, farias mais sentido para mim se fumasses uma caixa de Marlboro Light todos os dias,
Se te misturasses com toda a gente no meio da multidão,
Se fosses fácil de encontrar à noite, num bar conhecido, a abarrotar de gente,
Um bar onde já te procurei numa noite, sem sucesso,
Naquela noite em que eu ainda pensava que te queria.
Farias mais sentido para mim se todas as peças da tua alma concordassem entre si,
Se estivessem mais encaixadas umas nas outras.
Mas tu és apenas um conjunto de fragmentos soltos;
Um enganador.
Tens um corpo proporcional, quase-perfeito,
Mas não sabes sentir, e não sabes mentir-me.
Não me és nada e eu não te quero,
Já não te quero,
Porque só te tive uma vez.
21.6.09
Dia mais não que sim
Há uma euforia esquisita no ar.
As pessoas são como abutres,
Animais que invadem as praças,
Tirando tudo aquilo que eu quero do seu lugar.
Há muitos lugares para uma única coisa,
E há muitas coisas em muitos lugares,
Mas existem coisas e coisas, sítios e sítios.
Que afronta,
Que ultraje,
Que coincidência absurda!
Eu gostava de ser um pouco menos comum,
Gostava que me brilhassem os olhos de avidez,
Mais do que habitual...
Gostava de sentir o meu coração,
Qualquer leve movimento, ou pancada,
Quando te vejo passar nas ruas, sozinho.
Mas hoje o Mundo não foi feito para mim,
É um outro lugar,
Ávido de algo que eu quero muito alcançar.
As pessoas são como abutres,
Animais que invadem as praças,
Tirando tudo aquilo que eu quero do seu lugar.
Há muitos lugares para uma única coisa,
E há muitas coisas em muitos lugares,
Mas existem coisas e coisas, sítios e sítios.
Que afronta,
Que ultraje,
Que coincidência absurda!
Eu gostava de ser um pouco menos comum,
Gostava que me brilhassem os olhos de avidez,
Mais do que habitual...
Gostava de sentir o meu coração,
Qualquer leve movimento, ou pancada,
Quando te vejo passar nas ruas, sozinho.
Mas hoje o Mundo não foi feito para mim,
É um outro lugar,
Ávido de algo que eu quero muito alcançar.
18.6.09
Terra de ninguém
Ah, eu encontrei um lugar onde posso ficar calada,
Onde o silêncio onde as pessoas murmuram é ensurdecedor.
Encontrei uma paisagem paradisíaca, num ambiente agreste,
Um reino onde quem fala é o mais sofredor,
Porque o respeito pelas palavras esvaiu-se dos corações,
Para dar lugar ao Medo, que tamborila, como quem tem longos dedos,
Por entre o desgaste, e as repressões.
Onde o silêncio onde as pessoas murmuram é ensurdecedor.
Encontrei uma paisagem paradisíaca, num ambiente agreste,
Um reino onde quem fala é o mais sofredor,
Porque o respeito pelas palavras esvaiu-se dos corações,
Para dar lugar ao Medo, que tamborila, como quem tem longos dedos,
Por entre o desgaste, e as repressões.
26.5.09
Ignorância(s)
A Penumbra é desconsoladora,
Leva com ela os restos da ilusão,
Os últimos raios do calor da tarde.
Sim, sim, és o rei do meu coração,
O rei absoluto, que recusa partilhar o seu poder,
Mas não muito consciente do seu mandato.
Ah, que fria noite, que escuridão mórbida!
Que triste alma, que vida desnuda,
Que solenidade desconcertante.
O rumor findou,
O sussurro recomeçou,
Mesquinho e conhecedor do seu segredo.
Pois, que o segredo foi feito para permanecer na obscuridade,
E não cantado pelas ruas, à solta, como murmúrios devassos.
Eu não nasci para ser princesa, quanto mais rainha!
Eu nasci para conhecer o mundo,
Para permanecer ignorante,
Ignorada.
Leva com ela os restos da ilusão,
Os últimos raios do calor da tarde.
Sim, sim, és o rei do meu coração,
O rei absoluto, que recusa partilhar o seu poder,
Mas não muito consciente do seu mandato.
Ah, que fria noite, que escuridão mórbida!
Que triste alma, que vida desnuda,
Que solenidade desconcertante.
O rumor findou,
O sussurro recomeçou,
Mesquinho e conhecedor do seu segredo.
Pois, que o segredo foi feito para permanecer na obscuridade,
E não cantado pelas ruas, à solta, como murmúrios devassos.
Eu não nasci para ser princesa, quanto mais rainha!
Eu nasci para conhecer o mundo,
Para permanecer ignorante,
Ignorada.
Rita Oliveira
23.5.09
A Dança
Vem, meu amor,
Hoje a lua está brilhante,
Alva e solene.
O seu brilho faz o céu parecer um sítio melhor.
Vem, vamos dançar à luz da lua!
Já não há ninguém nas ruas,
Só se vê uma ou outra sombra,
Mas somos só nós, meu amor, só nós
Vem, vamos dançar à música do vento!
Que está esta noite tão pujante, tão sedutor.
Meu amor, não há nada,
Não há ninguém,
Só as nossas duas sombras escuras e tristes,
Movimentando-se numa dança sem sentido,
Perdidas no meio de tanta solidão.
Hoje a lua está brilhante,
Alva e solene.
O seu brilho faz o céu parecer um sítio melhor.
Vem, vamos dançar à luz da lua!
Já não há ninguém nas ruas,
Só se vê uma ou outra sombra,
Mas somos só nós, meu amor, só nós
Vem, vamos dançar à música do vento!
Que está esta noite tão pujante, tão sedutor.
Meu amor, não há nada,
Não há ninguém,
Só as nossas duas sombras escuras e tristes,
Movimentando-se numa dança sem sentido,
Perdidas no meio de tanta solidão.
11.5.09
Horizonte
As pessoas são estranhas.
Só tenho isto a dizer. São ridículas.
São tão estranhas, que nem se apercebem da sua estranheza,
E continuam caminhando, como se nada fosse,
Em direcção ao horizonte.
Mas o horizonte não foi feito para elas,
E não é qualquer um que pode lá chegar.
Também eu tentei, uma vez, tocar-lhe, mas ele fugiu, rindo-se de mim.
O vermelho acobreado contorceu-se, num espasmo de gozo,
E deu lugar a um azul escuro, e sinistro.
E fiquei sozinha, a pasmar perante aquela escuridão,
Com um nó na garganta, e uma lágrima ao fundo do queixo.
Ela nunca chegou a cair.
Uma vez vi que alguém tocava o Horizonte,
Mas depois descobri que não era Alguém.
Era um animal.
Sim, um animal, que se recortava contra a vermelhidão arroxeada,
Uivando, e sacundindo-se todo,
Vitorioso do seu destino.
Quando a noite porfim caiu,
O lobo desapareceu, os gritos silenciaram,
E a calmaria regressou.
A lenda nunca mais voltou.
Às vezes ouço por aí dizer
Que os uivos e os gritos voltarão,
Mas eu não creio nisso,
Porque já não há mais motivo por que gritar,
E o lobo que viu o fim de tudo não pode mais uivar.
Só tenho isto a dizer. São ridículas.
São tão estranhas, que nem se apercebem da sua estranheza,
E continuam caminhando, como se nada fosse,
Em direcção ao horizonte.
Mas o horizonte não foi feito para elas,
E não é qualquer um que pode lá chegar.
Também eu tentei, uma vez, tocar-lhe, mas ele fugiu, rindo-se de mim.
O vermelho acobreado contorceu-se, num espasmo de gozo,
E deu lugar a um azul escuro, e sinistro.
E fiquei sozinha, a pasmar perante aquela escuridão,
Com um nó na garganta, e uma lágrima ao fundo do queixo.
Ela nunca chegou a cair.
Uma vez vi que alguém tocava o Horizonte,
Mas depois descobri que não era Alguém.
Era um animal.
Sim, um animal, que se recortava contra a vermelhidão arroxeada,
Uivando, e sacundindo-se todo,
Vitorioso do seu destino.
Quando a noite porfim caiu,
O lobo desapareceu, os gritos silenciaram,
E a calmaria regressou.
A lenda nunca mais voltou.
Às vezes ouço por aí dizer
Que os uivos e os gritos voltarão,
Mas eu não creio nisso,
Porque já não há mais motivo por que gritar,
E o lobo que viu o fim de tudo não pode mais uivar.
7.5.09
Olhos teus
Hoje reparei numa coisa bonita,
Uma velhinha que deixava o seu presumível neto descansar no seu colo.
A inocência ao colo da experiência.
E depois tantas pessoas à volta,
Tantas vidas para eu imaginar,
Tantas coisas em que pensar.
Uma rapariga com um vestido comprido,
Pessoas caminhando lentamente pela avenida.
Mas depois, de repente, um pensamento feliz cruzou os meus pensamentos,
E tudo o resto se desfez, como fumo na água,
E uma onda de calor ardente aqueceu o meu coração.
O pensamento foste tu,
Eu nasci quando te vi pela primeira vez,
Nasci quando te ouvi pela primeira vez.
Não quero ser mais vista pelos meus olhos,
Não quero mais ver ninguém pelos meus olhos.
Quero que sejam os teus olhos a ver-me,
Não ver-me, de apenas fitar-me,
Mas ver-me, de abarcar-me toda, num pensamento só.
Mostra-me em que pensas,
Acho que, afinal, há algo que nunca quero deixar de ver.
1.5.09
Imortais, ricos, e bonitos.
Eu não compreendo as maravilhas do mundo
Porque elas só se mostraram para mim uma vez,
Ou duas,
Ou três.
O céu tem muitas manias,
Mas eu já fui capaz de as descortinar todas.
Já desmascarei um céu sisudo,
Já li todas as tuas caras, mesmo sem as ver.
Matei-me, e suicidei-me mil vezes,
Mas isso nunca foi suficiente para te fazer desaparecer.
Somos imortais.
Vamos ser imortais?
20.4.09
Cinzento-azulado-avermelhado
Talvez um dia, quando deixares de pintar, eu desapareça numa nuvem de fumo ardente,
Mas já não suporto este frio,
Talvez um dia, quando os teus olhos não puderem chorar mais, me ouças, de lá do fundo, gesticulando freneticamente na tua direcção,
Mas já não consigo gritar,
Talvez um dia, quando as tuas tatuagens desaparecerem, ouças o clamor da minha voz, a repetir, vezes sem conta, mil vezes, o teu nome,
Mas já não o consigo pronunciar.
Pintas o mundo numa cor que eu não sei distinguir,
Que eu não sei ver,
Porque ela desaparece assim que estou quase quase a alcançá-la.
A tua pele tingiu-se dessa cor,
E eu já não tento chegar a ti, porque
As tuas tatuagens nunca desaparecerão,
E eu já não consigo apagá-las.
19.4.09
sem-título
Os dias passam assim assim, e as noites parecem tão longas;
As pessoas conseguem dizer-me tudo, e dizer-me nada, no mesmo segundo;
Os livros contam mentiras, e eu já não consigo escrever;
Estou acordada, mas eu não me lembro de como se respira.
As minhas narinas estão bloqueadas, e as minhas veias estão entupidas, os meus pés estão estorpecidos, e o meu coração está parado.
Mas, e quando vem algo inesperado, que vem alterar a ordem das coisas?
A ordem normal das coisas.
A ordem das coisas que eu já não suporto, já não respiro.
Deixa-me começar, deixa-me respirar, deixa-me ser eu.
Não, não me deixes ser eu. Nunca. É aquilo que eu nunca mais posso ser.
As pessoas conseguem dizer-me tudo, e dizer-me nada, no mesmo segundo;
Os livros contam mentiras, e eu já não consigo escrever;
Estou acordada, mas eu não me lembro de como se respira.
As minhas narinas estão bloqueadas, e as minhas veias estão entupidas, os meus pés estão estorpecidos, e o meu coração está parado.
Mas, e quando vem algo inesperado, que vem alterar a ordem das coisas?
A ordem normal das coisas.
A ordem das coisas que eu já não suporto, já não respiro.
Deixa-me começar, deixa-me respirar, deixa-me ser eu.
Não, não me deixes ser eu. Nunca. É aquilo que eu nunca mais posso ser.
17.4.09
Azul
Hoje acaba sempre.
E amanhã chegará, para também acabar.
Tudo começa e, fatalmente, tudo acaba.
Amanhã vai acabar,
E os meus dias vão ficando cada vez mais pequenos,
E eu vou-me lembrando sempre de ti.
Sim, porque tudo acaba, menos tu.
Tu nunca acabas, meu amor,
És infinito, e imortal, e nadas em nuvens, sobre a minha cabeça.
E o teu brilho, sim, esse brilho que emanas,
Nunca morrerá, nunca findará.
Como pode um tão grande azul caber dentro de um coração tão pequeno, tão sem vida, tão pálido, e mirrado?
E amanhã chegará, para também acabar.
Tudo começa e, fatalmente, tudo acaba.
Amanhã vai acabar,
E os meus dias vão ficando cada vez mais pequenos,
E eu vou-me lembrando sempre de ti.
Sim, porque tudo acaba, menos tu.
Tu nunca acabas, meu amor,
És infinito, e imortal, e nadas em nuvens, sobre a minha cabeça.
E o teu brilho, sim, esse brilho que emanas,
Nunca morrerá, nunca findará.
Como pode um tão grande azul caber dentro de um coração tão pequeno, tão sem vida, tão pálido, e mirrado?
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