17.8.11

divagação sobre uns olhos verdes de gato selvagem

Tenho uma paixão por olhos de todas as cores, "diferentes idades, diferentes amores..." e os teus doces olhos verdes de gato selvagem mas triste como se vivesses sempre abandonado fascinam-me, apesar de saber quase nada a teu respeito. Mas gostava de saber o que tens no teu coração que te faz esboçar o sorriso mais lindo e terno a que tive hipótese de assistir. E presenciar essa doce mistira de olhar e sorriso faz-me questionar a imensidão da beleza que há no mundo. E não saber nada de ti além do nome, dos olhos, do sorriso é ainda mais bonito, porque não trazes desilusão. É assim porque a única coisa que posso descobrir acerca de ti só pode provir da minha imaginação, imaginação essa que não subtrai de ti qualquer defeito porque esse sorriso que não me é dirigido encanta o mais sinistro dos dias, a mais dura das rochas. E isto não é uma canção de amor porque apenas estou apaixonada pelos teus olhos verdes de gato e pelo teu sorriso e apesar de parecer uma imensidão, é ainda pouco. Acho que nunca escrevi simplesmente sobre a beleza mas sabe bem, porque não existem aqui lágrimas derramadas por um amor proibido, não correspondido ou mal retribuído. Representas a descoberta de gostar só por olhar. E talvez eu não queira saber mais nada de ti. Talvez queira apenas admirar-te de vez em quando. Talvez em queira que sorrias para mim com o teu sorriso apenas uma vez, para eu saber o que sentem as pessoas que são directamente alvos dele. Quando sorris os teus olhos verdes de gato iluminam-se e riem também. Acho que os teus olhos se atravessaram no meu caminho para que eu pudesse redifinir o meu cânone da perfeição, e estou grata por poder agora esquecê-lo por mais tempo do que eu julgava possível.

15.8.11

please, rest in peace



Obrigada por teres sido (por ainda seres) uma das minhas compositoras/intérpretes preferidas de todos os tempos. Obrigada por me teres feito adorar a tua música, a tua voz, adorar a tua maneira de rir, de seres tu própria... porque tu eras tão genuína. Lembro-me de não ter nada para fazer, numa tarde em que estava sozinha em casa, e de me pôr a ver um DVD teu que o meu pai tinha comprado havia pouco tempo na Fnac. Era uma espécie de documentário, "I Told You I Was Trouble". Lembro-me de me ter apaixonado instantaneamente por ti, lembro-me de rir ao ouvir a tua explicação da forma como surgiu a música "Rehab" e lembro-me de chorar, também. Desde que te ouvi falar de ti própria nesse DVD e como já disse, apaixonei-me por ti. Passei a ouvir as tuas músicas mais freneticamente, com muita atenção. De facto, houve uma fase em que só ouvia os teus álbuns. Passei a defender-te com unhas e dentes (daqueles que criticavam a tua dependência de álcool e drogas) porque tinha-me apercebido de que tinhas entrado nesse mundo por amor (para fugires dele).

É por tudo isto que vou sentir muito a tua falta. Estava sempre à espera de que saísse mais alguma coisa tua, um álbum. Agora sei que vai sair o teu álbum inacabado a título póstumo mas, depois disso, nada de novo teu chegará. Mas agradeço-te por nos teres deixado o teu legado. A tua música foi tão importante para mim que me é impossível dizer o quanto. Agora, apenas quero que descanses, que voes nesse paraíso onde decerto estás ("Amy flies in paradise" - Adele). Tenho muita pena que não tenhas podido viver mais tempo. Juntaste-te ao 27 Club. E para mim és uma lenda. Apesar de pequeno, o teu legado é musicalmente gigantesco e, apesar de nunca mais ser possível que alguém escute de novo a tua voz, o teu timbre impressionante, vou ter sempre algo que recordar. Nunca te esquecerei. Descansa em paz, por favor.


Rita

 
 
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