5.10.09

Dia Cinzento

Os dias cinzentos dão cabo de mim. É como se cada suspiro me matasse aos poucos. E não há dia em que eu mais suspire que num dia cinzento. Hoje foi um dia cinzento. Um chato, desgastante, entediante e fastidioso Dia Cinzento. Acordei, como quase sempre, pensando em ti. Mal acordei, lembrei-me de ti. Depois, à medida que a manhã foi correndo, morri por um abraço teu, que - desesperadamente - sabia que não iria chegar. Não hoje, não amanhã, talvez - talvez - um dia. E as pessoas falavam muito, falavam muito intensamente, mas eu, eu, só soube responder com pequenos grunhidos, meias-frases e gritos desnorteados. Podia ter-me assustado, mas não. Porque já me vou conhecendo. Estou a mudar, estou a crescer, e estes dias vão sempre sendo maiores, vão sempre sendo difíceis, mas eu já começo a conseguir lidar com eles. Não de uma maneira muito pacífica, mas vou conseguindo, vou vivendo. Amanhã, tenho de lutar comigo mesma. Talvez não consiga evitar o pensamento mau pela manhã, mas vou desde logo - seguramente - encetar a luta. Porque eu não sou uma pessoa cinzenta. Triste, sim, em alguns momentos, mas não deprimida. Não posso deixar-me cair. Eu quero ser contente, quero ser feliz. Quero ser feliz, só por mais um bocadinho. E também quero um abraço.

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