11.10.09

Sono Leve

O tédio foi-se desvanecendo. Eu quase deixei de sentir. Estou agora num estado semi-hipnótico, quase que não sinto nada. Lembro-me mais de ti do que gostaria, e sinto-te - deveras - debaixo da minha pele, como acontece sempre. Mas estou num estado em que não me é permitido pensar demasiado. Pensar demais dói demais. Fui criando sistemas de retenção de pensamentos. Os pensamentos, hoje, não fluíram muito, apenas se mantiveram num estado primitivo. Deveria ser sempre assim, penso eu. Porém, sei que isso não vai acontecer. Não sou tão superficial assim. Aliás, hoje, quase não me reconheço. E é bom. É bom não me reconhecer; é bom não pensar demais, é bom não me doer cada dia da tua ausência constante.
Amanhã, vou sentir a tua falta, quando regressar ao mar de gente que abomino apenas porque tu nunca te encontras nele. E vou querer que regresses, desesperadamente. E vou afundar-me novamente. E o meu coração vai adormecer por mais umas horas, quando me aperceber de que não virás.
Recordo agora o último bater do meu coração desnorteado: foi quando te vi caminhar para longe de mim, quando deixei - estupidamente - que partisses.

1 comentário:

  1. está fantastico rita, a serio. Estive a ler uma primeira vez e acabei por me perder a meio e por recomeçar xD li com atenção, acho que está bonito, como só tu sabes escrever, e retrata, como sempre, grandes verdades. OMG identifico-me tanto com a tua escrita

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