4.10.09

amo

O amor que tenho em mim neste momento dava para distribuir por dez batalhões e, ainda que me não seja possível vivê-lo com aquele que amo, neste momento - ou, até, talvez para sempre -, a mim, tem-me bastado o saber-me capaz de amar. Amo uma única pessoa, há mais tempo do que aquele que consigo contar, e não consigo imaginar-me amando outro, não consigo conceber, na minha cabeça, amor maior que este que sinto em mim. E vou amando, assim, enterrando memórias e desejos no sítio mais profundo que consigo encontrar em mim, para não enlouquecer. Amo, logo existo. E amo-te. E quem me dera poder dizê-lo, cantando, a toda a gente. Queria poder sussurrar o teu nome na escuridão, ao teu ouvido. Queria fazer parar este desassossego que me habita. Porém, sei que, se tentasse, sequer, fazer com que saísses debaixo da minha pele, se tentasse excluir-te das minhas entranhas, enlouqueceria muito mais. Porque, agora, já não me sinto mais louca. Agora, sinto-me real, e sinto-te distante. E sinto as minhas faces vermelhas, as minhas mãos escaldantes, e o meu coração azul. Porque te amo.

1 comentário:

  1. prosa *_________* está tão bonito tão simples e ao mesmo tempo tão perfeito que só podia ser teu. Gostei muito, juro que gostei. É inspirado em sentinentos reais ou é pura imaginação?

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