Aqui estou eu, mais uma vez, a adiar o meu futuro.
A adiar as coisas para um Amanhã que vou arquitectando,
Mas que nunca chega.
Um amanhã que planeio meticulosamente,
Que vou sonhando ardentemente,
Um amanhã para sempre adiado e nunca feliz.
Seria mais fácil se colaborasses nas minhas fantasias débeis,
Se desses conta de ti,
Se aparecesses para mim mais vezes ou,
Pelo menos, uma vez mais, na tua totalidade.
Mas assim, tão apagado, tão melancólico, não te imagino em lugar algum.
Vem para mim, meu amor, e deixa-me apagar-te as lágrimas outra vez,
A ti, que já lhes sentiste o sabor mil vezes.
Tento distanciar-me também, como outrora fiz, mas já não consigo.
O sal invade-me os olhos de novo, antes de adormecer,
E acordo de manhã com as roupas desmanchadas, o coração adiado,
Outra vez.
27.7.09
23.7.09
anjo mau
Hoje tive um sonho caricato.
Um sonho mau, mas não tão um pesadelo.
No entanto, estou convicta que não teria sido assim tão mau,
Se não tivesse de ser confrontada com a realidade logo em seguida.
Na verdade, teria sido um sonho bom se tivesse sido acordada por ti.
Porque é que não me acordas, porque é que não me arrancas do meu sono perturbado?
Apareces no meu sono com formas difusas, que eu não consigo destrinçar,
Que eu não consigo alcançar.
E, por fim, quando acordo, já é tarde demais.
Sei que é tarde demais, porque o teu fantasma já se esvaiu, e nada mais de ti resta em mim.
Tu nunca apareceste em nenhum sonho bom.
20.7.09
Cartões de parabéns e fotografias
Olá meu amor.
Sabes quem eu sou?
Sou aquela que costumava admirar-te na clandestinidade.
Aquela que te viu crescer em fotografias.
Aquela que nunca testemunhou o teu sorriso caloroso.
Sou quem gostou sempre sempre sempre do teu brilho,
A autora anónima dos cartões de parabéns que chegavam todos os anos,
Aqueles que mereciam a tua perplexidade, a tua ignorância.
Sou a única pessoa que nunca irá merecer o teu perdão,
E a única que to implora, de todas as maneiras.
Adeus meu amor.
Peço-te apenas para pensares, de novo, nas minhas palavras.
Peço-te que as meças e que as rejeites no fim.
No fim, eu já não vou cá estar.
No fim, serás só tu, com o teu perdão por ti engolido.
Sabes quem eu sou?
Sou aquela que costumava admirar-te na clandestinidade.
Aquela que te viu crescer em fotografias.
Aquela que nunca testemunhou o teu sorriso caloroso.
Sou quem gostou sempre sempre sempre do teu brilho,
A autora anónima dos cartões de parabéns que chegavam todos os anos,
Aqueles que mereciam a tua perplexidade, a tua ignorância.
Sou a única pessoa que nunca irá merecer o teu perdão,
E a única que to implora, de todas as maneiras.
Adeus meu amor.
Peço-te apenas para pensares, de novo, nas minhas palavras.
Peço-te que as meças e que as rejeites no fim.
No fim, eu já não vou cá estar.
No fim, serás só tu, com o teu perdão por ti engolido.
17.7.09
Primeiro
Tenho um segredo:
Eu estava a olhar para ti primeiro,
Se pudesses conhecer-me, saberias.
Se pudesses olhar nos meus olhos todos os dias,
Se pudesses agarrar-me na mão perante o meu pavor,
Se eu conseguisse alcançar-te, uma vez mais.
Saberias.
Um dia, quando as muralhas caírem,
Se o nosso horizonte for o mesmo,
Saberás.
Eu estava a olhar para ti primeiro.
Eu estava a olhar para ti primeiro,
Se pudesses conhecer-me, saberias.
Se pudesses olhar nos meus olhos todos os dias,
Se pudesses agarrar-me na mão perante o meu pavor,
Se eu conseguisse alcançar-te, uma vez mais.
Saberias.
Um dia, quando as muralhas caírem,
Se o nosso horizonte for o mesmo,
Saberás.
Eu estava a olhar para ti primeiro.
R.
16.7.09
memórias
Há poucas coisas que ficam na memória,
Mas eu consigo lembrar-me de quase tudo.
Sou testemunha do mal que fiz, e ídolo de toda uma geração por crescer.
Ninguém sabe quem eu sou, ou de onde vim.
Ninguém sabe o meu nome, ninguém sabe soletrar o nome dela,
Mas eu sei.
Tenho dois segredos brilhantes como tesouros,
E um rubi enterrado no peito dela.
Sou um usurpador de corações,
Mas não consigo compreender nenhum deles,
Não sei quem os inventou.
Deus deixou para nós os seus mistérios,
O inconcebível, tudo aquilo que nós não podemos imaginar.
E eu, com a minha triste fé, a minha incapacidade de acreditar,
Nunca gostei dele.
Meu deus, sou eu.
Sou eu, e mais ninguém
E ela, ali, com a sua chávena de café forte,
Pensa que possui alguma coisa, quando não tem nada, absolutamente nada.
Mas eu consigo lembrar-me de quase tudo.
Sou testemunha do mal que fiz, e ídolo de toda uma geração por crescer.
Ninguém sabe quem eu sou, ou de onde vim.
Ninguém sabe o meu nome, ninguém sabe soletrar o nome dela,
Mas eu sei.
Tenho dois segredos brilhantes como tesouros,
E um rubi enterrado no peito dela.
Sou um usurpador de corações,
Mas não consigo compreender nenhum deles,
Não sei quem os inventou.
Deus deixou para nós os seus mistérios,
O inconcebível, tudo aquilo que nós não podemos imaginar.
E eu, com a minha triste fé, a minha incapacidade de acreditar,
Nunca gostei dele.
Meu deus, sou eu.
Sou eu, e mais ninguém
E ela, ali, com a sua chávena de café forte,
Pensa que possui alguma coisa, quando não tem nada, absolutamente nada.
R.
13.7.09
strawberry cheesecake.
Hum, é bom estar na praia, só de estar,
Só a olhar o mar,
A remexer a areia seca, vezes e vezes sem conta,
Adormecer ao som da maré que vaza.
É bom correr atrás do Homem Das Bolas-de-Berlim,
E ver reconhecimento no seu rosto suado,
"Olha, olha as raparigas que correm atrás de mim."
É bom vê-lo baixar-se para apanhar a moeda que deixei cair na areia, perante o meu sorriso constrangido.
É bom rir com os lábios cheios de açúcar,
É bom ler uma Visão amachucada pelo vento, salgada pelo ar húmido.
É bom voltar para casa, as pernas morenas de sal e de mar,
O vestido emaranhado num corpo novo, que descobri hoje.
É bom sair para uma noite em brasa, escurecida,
Mas abrilhantada por uma majestosa Lua-Cheia;
Passear na Marina, sentir a maresia e os carros lá estacionados,
Chegar à Haagen-Dazs, "Stawberry Cheesecake com topping de chocolate negro.";
Cantar Cinderela num karaoke repleto de ingleses de olhos azuis.
Só a olhar o mar,
A remexer a areia seca, vezes e vezes sem conta,
Adormecer ao som da maré que vaza.
É bom correr atrás do Homem Das Bolas-de-Berlim,
E ver reconhecimento no seu rosto suado,
"Olha, olha as raparigas que correm atrás de mim."
É bom vê-lo baixar-se para apanhar a moeda que deixei cair na areia, perante o meu sorriso constrangido.
É bom rir com os lábios cheios de açúcar,
É bom ler uma Visão amachucada pelo vento, salgada pelo ar húmido.
É bom voltar para casa, as pernas morenas de sal e de mar,
O vestido emaranhado num corpo novo, que descobri hoje.
É bom sair para uma noite em brasa, escurecida,
Mas abrilhantada por uma majestosa Lua-Cheia;
Passear na Marina, sentir a maresia e os carros lá estacionados,
Chegar à Haagen-Dazs, "Stawberry Cheesecake com topping de chocolate negro.";
Cantar Cinderela num karaoke repleto de ingleses de olhos azuis.
Subscrever:
Mensagens (Atom)