Como é que eu vou atrás de ti, se nem sequer sei onde é que estás?
Como é que não desisto de ti, se não sei de ti há tanto tempo?
As lágrimas, de vez em quando, lavam a alma,
Mas nunca, nunca, o coração.
19.3.10
14.3.10
meu anjo,
o que mais me atormenta são os passos que dás todos os dias, sem eu ver.
as coisas que fazes, sem mim.
os risos que partilhas com alguém que não sou eu.
tenho uma inveja doentia das coisas (e das pessoas) para onde olhas,
pois elas recebem, pelo menos, a atenção de um olhar teu.
e eu sou a pessoa mais feliz do mundo quando olhas para mim,
mesmo quando isso só acontece nos meus devaneios.
eu sinto-me a flutuar quando trocas algumas palavras comigo, mesmo quando não estamos a falar de nós,
mesmo quando são só conversas de cirscunstância.
mas eu, no fim de contas, sou uma pessoa de sorte imensa
por te ter conhecido
por ser, de alguma forma, contemplada no teu doce pensamento,
por ser tua amiga, por saber que não me esqueces
por ter sido olhada por ti, com os teus olhos
por te poder recordar
por ninguém te poder tirar de mim
porque vives sempre em mim
na minha cabeça e no meu coração,
debaixo da minha pele
porque nunca te esquecerei,
contigo aprendi tantas coisas, ensinaste-me tanto.
porque te amo mais do que a vida.
10.3.10
9.3.10
As days go by and fade to nights I still question why you left / I wonder how it didn't work out, but now you're gone and memories all I have for now / But no, it's not over, we'll get older, we'll get over, we'll live to see the day that I hope for / Come back to me, I still believe that we'll get it right again, we'll come back to life again, we won't say another goodbye again, you'll live forever with me. Someday, someday, we'll be together (...)
Someday, John Legend (adaptado)
Eu ouço o que as pessoas dizem, e vou concordando com elas, mas ainda acredito em ti, em nós. Ainda acredito que, um dia, vamos estar de novo juntos. Que vou olhar-te nos olhos uma vez mais, que vou amar-te com o meu olhar, outra vez. Já te disse que te amo?
7.3.10
6.3.10
uma carta de amor
antes de adormecer, gosto de ler cartas de amor. mesmo que tenham sido escritas em tempos diferentes, para outras pessoas, noutras realidades. ontem, li uma, duas ou três. a de que gostei mais dizia assim:
17.4.71
Meu amor querido
Adoro-te minha gata de Janeiro meu amor minha gazela meu miosótis minha estrela aldebaran minha amante minha Via Láctea minha filha minha mãe minha esposa minha margarida meu gerânio minha princesa aristocrática minha preta minha branca minha chinezinha minha Paulina Bonaparte minha história de fadas minha Ariana minha heroína de Racine minha ternura meu gosto de luar meu Paris minha fita de cor meu vício secreto minha torre de andorinhas três horas manhã minha melancolia minha polpa de fruto meu diamante meu sol meu copo de água minhas Escadinhas da Saudade minha morfina ópio cocaína minha ferida aberta minha extensão polar minha floresta meu fogo minha única alegria minha América e meu Brasil minha vela acesa minha candeia minha casa meu lugar habitável minha mesa posta minha toalha de linho minha cobra minha fuga de andor meu anjo de Boticelli meu mar meu feriado meu domingo de Ramos meu Setembro de vindimas meu moinho no monte meu vento norte meu sábado à noite meu diário minha história de quadradinhos meu recife de Manuel Bandeira minha Passagarda meu templo grego minha colina meu verso de Holderlin meu gerânio meus olhos grandes de noite minha boca macia dupla como uma conhca fechada (...) minhas palavras segregadas meu vaso etrusco minha sala de castelo espelhada meu jardim minha excitação de risos (...) minha eterna adolescente minha pedra brunida meu pássaro no mais alto ramo da tarde meu voo de asas minha ânfora meu pão de ló minha estrada minha praia de Agosto minha luz caiada meu muro meu soluço de fonte meu lago minha Penélope meu jovem rio selvagem meu crepúsculo minha aurora entre ruínas minha Grécia minha maré cheia minha muralha contra as ondas meu véu de noiva minha cintura meu pequenino queixo zangado minha transparência de tules minha taça de oiro minha Ofélia meu lírio meu perfume de terra meu corpo gémeo meu navio de partir minha cidade meus dentes ferozmente brancos minhas mãos sombrias minha torre de Belém meu Nilo meu Ganges meu templo hindu minha areia entre os dedos minha aurora minha harpa meu arbusto de sons meu país minha ilha minha porta para o mar meu mangerico meu cravo de papel minha Madragoa minha morte de amor minha Ana Karénine minha lâmpada de aladino minha mulher
António Lobo Antunes, D'este viver aqui neste papel descripto - Cartas da Guerra
2.3.10
desperdiçar vida
dei-me conta de que estou a gastar todos estes anos sem ti. sim, estou a gastá-los, porque, sem ti, viver não é viver completamente; é como se fosse uma meia-vida que só se tornaria completa se viesses para mim. mas sei que continuar à tua espera é a atitude acertada porque, não sei como, todos os caminhos do mundo me levam de volta a ti. e quando tentei viver sem ti, tu apareceste para mim. és o meu amor sem fim, e eu amo-te daqui até ao céu por me fazeres amar-te cada vez mais, cada dia mais loucamente. se me perguntas como é possível, dir-te-ei apenas que não sei, são mistérios da minha cabeça, que não têm resposta, por enquanto. não me vês, não me ouves, mas sabes que estou sempre aqui, qual bela adormecida esperando pelo seu príncipe, no cavalo branco que disseste não ter, com os teus caracóis ao vento, talvez. só tu continuas a fazer com que eu me sinta viva, só eu consigo ver os teus olhos brilhar na minha cabeça, todos os dias, só eu consigo repetir o som do teu riso mil vezes, sem me esquecer, nas minhas memórias.
o melhor, amor meu, é que a cidade foi testemunha do meu amor incessante por ti, testemunha daqueles risos e do abraço que te quis dar.
nunca, nunca te esqueças de mim.
sempre tua, tua até ao fim dos tempos,
Rita.
o melhor, amor meu, é que a cidade foi testemunha do meu amor incessante por ti, testemunha daqueles risos e do abraço que te quis dar.
nunca, nunca te esqueças de mim.
sempre tua, tua até ao fim dos tempos,
Rita.
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